Quero fazer mestrado, e agora? Dúvidas, escolhas e caminhos possíveis

Por Daniele Thiele

Em julho, realizamos um encontro muito especial do GT Acadêmico para compartilhar as oportunidades e os desafios do mestrado acadêmico e profissional. Por vezes, decidir iniciar uma pós-graduação stricto sensu pode ser um desafio, gerando dúvidas, angústias e incertezas. Neste encontro, debatemos sobre as principais diferenças entre o mestrado acadêmico e profissional e compartilhamos nossas experiências, trazendo alento e conforto para quem busca enfrentar essa enriquecedora jornada. 

Mestrado acadêmico ou profissional? Eis a questão

Em ambos os casos, ao término do mestrado você sairá da instituição de ensino com o título de mestre. A principal diferença entre o mestrado acadêmico e o profissional está no direcionamento que cada um possui. 

Enquanto o mestrado acadêmico enfatiza a formação de pesquisadores e professores, com destaque para a pesquisa e a produção de conhecimento científico, o mestrado profissional busca aprimorar a qualificação técnica em determinadas áreas, direcionando a aplicação prática do conhecimento também para o mercado de trabalho. 

Mas, não se engane – assim como no mestrado acadêmico, o mestrado profissional também exige a redação de artigos e realização de pesquisas, que pode ser tão profunda e técnica quanto. 

Além disso, o mestrado profissional costuma ter uma carga horária reduzida ou em horários estratégicos, viabilizando a participação de estudantes que também já possuem atuação profissional. Entretanto, isso não é uma regra, podendo haver variação de instituição para instituição. 

Por isso, é importante estar atenta aos editais das instituições de ensino, para entender a realidade de cada uma, buscando sempre por aquela que seja mais adequada ao tempo e ao investimento que você pode fazer, de acordo com o seu momento de vida. 

Quero uma bolsa de estudos. O que preciso saber? 

Os benefícios para realização do mestrado através de uma bolsa de estudos são inúmeros – além do auxílio financeiro, as bolsas também podem viabilizar a participação em eventos de cunho científico e estágios de pesquisa. 

Contudo, quem recebe bolsa também precisa cumprir com determinadas obrigações, tais como: executar horas presenciais no programa, realizar estágio docência, confeccionar  relatórios administrativos do programa, promover atualização do currículo Lattes com determinada regularidade e estar à disposição dos(as) professores(as), especialmente de orientadores(as). Existe uma responsabilidade que você passa a adquirir junto ao programa, e você precisa estar disponível para cumprir com a agenda exigida. 

Não sabe por onde começar? Aqui vão algumas dicas. 

Se você gosta de estudar, pesquisar e aprofundar o seu conhecimento técnico e científico, você está no caminho certo. 

Entenda quais são os seus interesses e quais áreas do Direito (ou até mesmo correlatas – por que não?), despertam sua curiosidade e engajamento. Identifique as instituições de ensino que mais lhe interessam, e busque ficar atenta aos editais de cada programa. Algumas instituições aplicam provas, outras exigem determinadas proficiências ou, até mesmo, pré-projeto de pesquisa.

Se você já atua profissionalmente em algum escritório ou empresa, é importante que você também alinhe com a sua gestão a sua intenção de fazer mestrado. É interesse que tenham este conhecimento, pois o mestrado será uma etapa importante na sua vida, que lhe exigirá tempo, dedicação e investimento. 

Se este é seu sonho, não desista dele. Reflita sobre o seu momento de vida, se aproxime de pessoas que vivem ou já viveram essa experiência e faça trocas verdadeiras e inspiradoras sobre o tema – a melhor forma para se inspirar para um novo desafio é construindo pontes genuínas entre pessoas. 

Nós, enquanto WLM, incentivamos a participação cada vez mais ativa de mulheres em programas de mestrado e em outros ambientes acadêmicos. Essa presença é fundamental para garantir, não somente a igualdade de gênero, mas também para enriquecer o debate e a produção de conhecimento, promovendo a diversidade de perspectiva no campo da pesquisa e do desenvolvimento científico e tecnológico, corroborando com a nossa intenção de fomentar ambientes cada vez mais diversos, inclusivos e equânimes. 

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